Museu Nacional volta a funcionar 7 anos depois de pegar fogo
02/07/2025
(Foto: Reprodução) Apesar da reabertura nesta quarta-feira (2) para a exposição que vai até agosto, o barulho das máquinas no que foi a residência da família imperial continua. As obras devem terminar em 2028 ao custo de R$ 517 milhões. Museu Nacional reabre depois de 7 anos do incêndio
O Museu Nacional reabriu para o público sete anos depois do incêndio.
Esta quarta-feira (2) poderia ser chamado de "o dia do renascimento". O tempo chuvoso no Rio de Janeiro não atrapalhou. Crianças a adultos foram conferir com os próprios olhos do que são capazes a resiliência e o amor à história.
“É fruto desse trabalho coletivo, dessa mobilização, desse investimento de muitas pessoas. Realmente é um dia de celebração”, diz Thais Mayumi Pinheiro, museóloga do Museu Nacional.
É a primeira vez que o Museu Nacional reabre desde o incêndio que o destruiu em setembro de 2018. Logo na entrada, o icônico meteorito Bendegó. A rocha, de 5 toneladas, caiu na Bahia no século 18 e foi resgatada por ordem de Dom Pedro II. Nesta quarta-feira (2), os visitantes puderam tocá-la.
“Quando eu era pequenininha, a gente vinha com a escola e não podia botar a mão. E hoje coloquei a mão, tirei foto. Estou muito feliz. Uma alegria mesmo”, comemora a professora de biologia Cristina Teixeira.
Uma nova peça impressiona: o esqueleto de 15 m de um cachalote — o tamanho de uma baleia — que morreu no litoral do Ceará. Os técnicos precisaram de dois meses para fixá-lo no teto.
“Eu realmente fiquei muito impressionado com o tamanho disso, porque quando a gente pensa nisso, pensa só em bicho muito antigo, muito antes do ser humano. Ela está aqui e vive nos mares nos dias de hoje. Muito interessante, realmente”, conta o estudante João Miguel Martins Valverde.
Duas esculturas originais da fachada do palácio, feitas de mármore de Carrara, também estão na exposição: Cibele e Orfeu.
Museu Nacional, no Rio, volta a funcionar 7 anos depois de pegar fogo
Jornal Nacional/ Reprodução
Além da restauração, a obra traz novidades. Pátio da escada monumental: no teto, dá para ver a claraboia, a cobertura de vidro — ela não existia. Então, em dia de chuva, ninguém podia visitar essa área tão bonita do museu. Agora, não. Agora tem segurança e conforto para todo mundo em qualquer época do ano.
“É aquela luz no fim do túnel de que a história continua. Essa é a sensação que eu tenho no momento”, diz o músico Alejandro Diaz.
Apesar da reabertura nesta quarta-feira (2) para a exposição que vai até agosto, o barulho das máquinas no que foi a residência da família imperial continua. As obras devem terminar em 2028 ao custo de R$ 517 milhões.
“A gente sempre tem alguma coisa que atrasa o cronograma, a própria arqueologia do palácio. A gente encontra pisos, o contorno da antiga capela, a gente encontra a cozinha do Dom João VI”, conta Andrea Ferreira da Costa, vice-diretora do Museu Nacional.
Museu Nacional, no Rio, volta a funcionar 7 anos depois de pegar fogo
Jornal Nacional/ Reprodução
Ana Lúcia Rodrigues Teixeira Macabu faz aniversário nesta quarta-feira (2). Para ela, que escolheu ser historiadora por causa das visitas de infância no Museu Nacional, a comemoração não poderia ser mais especial:
“Isso aqui é a história viva. Para mim é de uma grandeza, de uma energia. Acordei muito feliz. E vou te contar um segredo: eu não sou muito feliz no dia do meu aniversário. E esse de 60 anos acho que está sendo esplêndido, maravilhoso. Parabéns para o museu e para mim, por estar aqui hoje. Que bênção!”.
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